20th Century Girl
Eu amo você... para sempre.

Acontece que o para sempre tinha prazo de validade, era apenas uma ilusão.
Ela sabia desde o começo que nada dura para sempre, mas para toda regra há uma exceção, e ela realmente achou que o romance deles era esta exceção.
Sempre acaba antes para um do que para o outro, e o que ainda sente é sempre o que sofre mais.
Foram meses de lágrimas e insônia, medo e desilusão. Primeiro o desespero e em seguida a vontade de levantar. Tirar forças das entranhas para conseguir erguer a cabeça e seguir em frente. Mudar sempre ajuda. Perder alguns kilos, mudar a cor do cabelo, sentir-se uma nova mulher para enfrentar uma nova vida.
O "eu" dominou-lhe a mente. O amor próprio voltou a crescer em seu peito. Ela achou que não precisava de mais ninguém além dela mesma.
Às vezes ainda doia, mas a freqüência da dor estava diminuindo gradativamente.
Em uma noite ela pensou em desistir, em se entregar, mas eis que Danuza lhe disse:
"Comecei a desconfiar que o amor não é tudo; até é, enquanto se está amando, mas, para viver uma paixão, é preciso renunciar à própria vida, uma opção perigosa que não costuma ser eterna."
Aquilo a fez refletir, e mais uma vez foi decidido que o "eu" deveria predominar.

A solidão bateu e agora ela não queria mais ficar sozinha, tampouco queria apenas um. Queria todos, e queria os melhores.
Alguns ela quis demais, outros não fizeram diferença, e teve até aquele que ela odiou desejar.
Com alguns foi bom, com outros nem tanto, mas todos lhe mostraram a mesma coisa: ela estava viva de novo!... E agora quer viver apenas consigo mesma...